Tapas Yoga: O Yoga mais antigo e suas austeridades extremas
Neste post, examinamos Tapas Yoga (तपस् योग) sob uma ótica histórico‑filosófica e etimológica, destacando como a ascese corporal radical moldou os fundamentos da disciplina yoguica.
O termo tapas, originado da raiz sânscrita que significa “queimar” ou “aquecer”, sugere uma força interna destinada a purificar corpo e mente, sendo nos tratados clássicos a base para desenvolver estabilidade mental e concentração. Nas tradições mais antigas, os ascetas praticavam austeridades extremas, mantendo um braço erguido por dias, suspendendo o corpo em pé por longos períodos com faixas, invertendo-se com cordas para forçar o fluxo de energia contra a gravidade, resistindo deliberadamente a calor, frio e intempéries e submetendo-se a jejuns graduais ao longo do ciclo lunar. Essas práticas visavam purificar o prāṇa, refinar o metabolismo e cultivar resiliência física e mental.
Em contextos contemporâneos, algumas escolas de Yoga reapresentam essas técnicas em retiros supervisionados, mas a intensidade do rigor ascético requer extremo cuidado: sem orientação adequada, corre-se o risco de esgotamento físico e desequilíbrios psicológicos. A austeridade de Tapas, por sua intensidade, aproxima apenas aqueles que verdadeiramente buscam essa jornada espiritual e ainda existem buscadores dispostos a transcender seus limites.
Tapas Yoga evidencia como, desde suas origens, o Yoga utilizou o corpo como laboratório de aprimoramento interior. As austeridades extremas funcionam como ferramentas de autoconhecimento, mas demandam supervisão e enquadramento ético para revelar seu verdadeiro potencial.