Arte e Yoga como Presença: sarvaṁ khalv idaṁ brahma
No terceiro post do Momento Ekāgra, aprofundamos o tema do Reels publicado hoje, conectando as experiências de presença que atravessam as Upaniṣads e se manifestam — por vezes de forma crua — na arte contemporânea.
Partimos da máxima da Chāndogya Upaniṣad (3.14.1): sarvaṁ khalv idaṁ brahma — "tudo isso, de fato, é brahman". Esta declaração não filosofa sobre a realidade: ela afirma. Afirma que tudo, absolutamente tudo o que se apresenta aqui e agora, é manifestação da consciência. É o Absoluto brincando de forma.
Amṛtabindu Upaniṣad: yad dṛśyate śrūyate ca tat sarvaṁ brahmaiva — "Tudo o que é visto, tudo o que é ouvido, é Brahman apenas."
Yogatattva Upaniṣad: sa eva aham, sa eva aham, sa eva aham — "Aquele sou eu, Aquele sou eu, Aquele sou eu."
Brahmavidyā Upaniṣad: ahaṁ brahma sat-ananda-pūrvam — "Eu sou Brahman, existência e bem-aventurança, o eterno."
Essas expressões diretas de não-dualidade reaparecem nas vozes de artistas que tocaram o real pela arte. Quando Sabotage canta "um bom lugar se constrói com humildade" ou Black Alien declara "eu sou o agoraaa", eles são reflexos espontâneos desses insights védicos.
Mas a arte, como o Yoga, também pode ser intensa e arriscada: muitos criadores enfrentam sofrimentos profundos e até colapsos mentais. Isso mostra que a prática não é o praticante. Arte e Yoga revelam a śakti em ação; a força criativa se expressa além do “eu”.
sarvaṁ khalv idaṁ brahma — tudo isso, de fato, é brahman.